CONSAGRAÇÃO DA CAPELA MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA
Irmãs Beneditinas da Divina Providência
Diocese de São José dos Pinhais - PR
Autores do Projeto:
Arquiteto Tobias Bonk
Machado
Arquiteta Teresa
Cristina Cavaco Gomes
Creatos Arquitetura
Em celebração presidida
por Dom Francisco Carlos Bach, ocorreu neste último dia 08 de novembro de 2015,
a consagração da Capela Mãe da Divina Providência.
O projeto da Capela é
de autoria dos Arquitetos Tobias Bonk Machado e Teresa Cristina Cavaco Gomes e
equipe da Creatos Arquitetura, com Karina Hellen Pereira, sendo responsável
técnico pela obra o Engenheiro Civil Sérgio Crema.
Situada em São José dos
Pinhais, Estado do Paraná, internamente ao Lar Mãe Maria onde as Irmãs
Beneditinas da Divina Providência realizam exemplar trabalho de acolhimento, a
Capela possui pouco mais de 400,00m2 e, em sua consagração, contou com a
presença de centenas de pessoas, entre elas, dos diversos benfeitores que muito
contribuíram para a sua construção.
Abaixo, fotos da
celebração e o conceito do projeto de arquitetura.
Fachada Leste.
Entrada Nordeste.
Fachada Oeste.
Arq. Teresa Gomes, Arq. Tobias Bonk Machado, Ir. Narcisa Pasetto e Eng. Sérgio Crema.
Podemos dizer que para se
conceituar um projeto de arquitetura, há, pelo menos, três premissas a serem
conhecidas pelo arquiteto: o LOCUS [ou lugar], o determinado PROGRAMA a que se
destinará a futura construção e a CONSTRUÇÃO em si, com seu modo a ser
elaborado.
Partindo destas condicionantes, o
arquiteto - dentro do seu conhecimento e de sua experiência de espaços e da
história como legado do que temos edificado e projetado até nossos dias - se
atribui de informações de concepção do tema e de todos os assuntos a ele correlatos,
ou seja, que acercam o tema principal, bem como sentidos, imagens, sinais e
seus significados.
Assim, a interpretação de todo o
universo dessas informações, com o conhecimento profundo do que se projeta,
somado a experiência de vida no momento em que se vive, permitirá ao arquiteto
a tomada de decisões que darão ao projeto o início de sua fundamentação e por
conseqüência, por meio do seu saber técnico-científico, a solução a ser
apresentada.
A composição, os materiais, a tecnologia
construtiva entre tantas outras determinações, virão como resposta [de certa
forma espontânea], ao espaço que precisa ser criado, organizado e erigido.
A Igreja, por meio da liturgia
que se celebra, é repleta de sinais, de símbolos. Isso se reflete diretamente ao
seu espaço igreja, seu espaço construído – O Espaço Celebrativo Litúrgico – uma
vez que ele é Teofânico. A arquitetura e
a arte, então, tem por função [e, podemos até dizer, por obrigação] nos conduzir
ao mistério que se celebra. A arquitetura e a arte são responsáveis pela
criação de um bom ambiente que propicie a oração, o culto divino, a difusão da
fé. Tudo pela realidade que ali acontece, lugar onde o Céu e a Terra se
encontram, enquanto vivemos a parusia.
O Projeto da Capela Mãe da Divina
Providência – Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência – dentro
do que acima foi exposto, teve por objetivo seguir o proposto pela Santa
Igreja, dentro de sua sapiência de mais de dois mil anos, por meio dos
documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II.
O PROGRAMA da digna Arquitetura
do Espaço Sagrado desta Capela vem ao encontro da proposição de um lugar em que
a própria construção, por sua leitura, permita nos separar do mundo profano e
adentrar ao sagrado, nos permita colocar-nos em espírito de oração e adoração,
nos permita refletir sobre a nossa missão de evangelização e, principalmente,
seja um digno lugar de comunhão com Cristo, em todo o projeto Dele e que Ele nos
convida a participar.
O LUGAR, ou “locus”, foi
cuidadosamente escolhido em conjunto com as Irmãs: uma bela encosta, em terreno
às margens da Serra do Mar, com eixos bem determinados que oportuniza ser, a
Capela, o elo de ligação entre a entrada do complexo Lar Mãe Maria, que o
imóvel abriga, e a torre da Capela Santo
Antonio, vista ao longe, perfazendo uma sincronia visual e esplêndida
perspectiva da paisagem, delineada por bosques e imponentes araucárias que
simbolizam estas terras de São José dos Pinhais.
A CONSTRUÇÃO teve como concepção
principal dois elementos básicos do desenho arquitetônico: a linha e o círculo.
Já nos diziam os professores em
nossos primeiros anos de ensino, que a menor distância em que se ligam dois
pontos é uma LINHA reta. E é, justamente, por essa linha reta que queremos
alcançar nosso Pai, de forma correta e como propósito de vida, sem nos desviar
do caminho.
Assim, a linha representa nosso
trajeto de vida para alcançarmos ao Pai. Contudo, em virtude das dificuldades
que impomos à ela, não conseguimos utilizar o caminho direto à Deus.
No projeto da Capela, esta linha
está materializada em um alto muro. Curvo. Simboliza nossas dificuldades que
nos desviam do rumo em que o Pai espera que sigamos. Por isso, este mesmo muro é,
também, o que nos induz a separação do mundo profano ao mundo sagrado. Para se
chegar até ele, é preciso percorrer as estradas sinuosas da vida, as
dificuldades do dia a dia, a nossa cruz. E é o que propõe o projeto, neste
caminho que antecede este alto muro [tratativa da paisagem que o projeto propõe
no caminho até a capela]. Este caminho é, justamente, a “Via Crucis”, a via
dolorosa de Cristo até a chegada ao lugar de sua Crucificação e seu verdadeiro
sacrifício por nós, para nossa salvação.
O CÍRCULO é uma representação
gráfica muito encontrada na natureza e muito usada pelo próprio homem há
milhões de anos. O CÍRCULO simboliza a igualdade e a inclusão, pois não há “mais
para frente ou mais para trás” e, com a falta de apenas um pedaço, o circulo já
não se fecha. Também remetemos O CÍRCULO a um ciclo: O ciclo de nossas vidas, estendida
a todas as gerações, pois do pó viemos e
ao pó haveremos de voltar. Assim, para Cristo, somos todos iguais, pois o próprio
Deus é princípio e fim de tudo.
No projeto, este círculo é
encontrado na edificação da igreja em si. Com planta circular, o prédio nos permite
celebrar a Eucaristia entorno à mesa do Pai. Cristo é o centro, pelas mesas do
Sacrifício, da Palavra e a Sédia.
A pia batismal, na entrada do
templo, nos permite receber o primeiro sacramento, tornando-nos filhos de Deus.
Faz-nos memória, sempre que ali adentramos, de nossa missão de batizados que
temos no compromisso da Evangelização de todos os dias.
Cristo estará sempre presente na
Capela do Santíssimo, lugar de silêncio e oração.
E é para Ele que, neste chão,
prestamos nossos louvores, nosso culto e lhe rendemos glória. E é para Ele que,
com a força do povo, edificamos esta casa. A Casa da Igreja.
Créditos:
Projeto de Arquitetura e Luminotecnia:
Arquitetos Teresa, Tobias e
Karina
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Creatos-Arquitetura-e-Sustentabilidade/522811711104241?ref=br_tf
Fotos:
Diacuy Fialho Crema | Ir. Narcisa Maria Pasetto | Tobias Bonk Machado | Delair Stocco Lunelli