terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Consagração da Capela Mãe da Divina Providência


CONSAGRAÇÃO DA CAPELA MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA
Irmãs Beneditinas da Divina Providência
Diocese de São José dos Pinhais - PR


Autores do Projeto:
Arquiteto Tobias Bonk Machado
Arquiteta Teresa Cristina Cavaco Gomes
Creatos Arquitetura

Em celebração presidida por Dom Francisco Carlos Bach, ocorreu neste último dia 08 de novembro de 2015, a consagração da Capela Mãe da Divina Providência.

O projeto da Capela é de autoria dos Arquitetos Tobias Bonk Machado e Teresa Cristina Cavaco Gomes e equipe da Creatos Arquitetura, com Karina Hellen Pereira, sendo responsável técnico pela obra o Engenheiro Civil Sérgio Crema.

Situada em São José dos Pinhais, Estado do Paraná, internamente ao Lar Mãe Maria onde as Irmãs Beneditinas da Divina Providência realizam exemplar trabalho de acolhimento, a Capela possui pouco mais de 400,00m2 e, em sua consagração, contou com a presença de centenas de pessoas, entre elas, dos diversos benfeitores que muito contribuíram para a sua construção.


Abaixo, fotos da celebração e o conceito do projeto de arquitetura.













 
Fachada Leste.

Entrada Nordeste.




Fachada Oeste.


 Arq. Teresa Gomes, Arq. Tobias Bonk Machado, Ir. Narcisa Pasetto e Eng. Sérgio Crema.









Podemos dizer que para se conceituar um projeto de arquitetura, há, pelo menos, três premissas a serem conhecidas pelo arquiteto: o LOCUS [ou lugar], o determinado PROGRAMA a que se destinará a futura construção e a CONSTRUÇÃO em si, com seu modo a ser elaborado.

Partindo destas condicionantes, o arquiteto - dentro do seu conhecimento e de sua experiência de espaços e da história como legado do que temos edificado e projetado até nossos dias - se atribui de informações de concepção do tema e de todos os assuntos a ele correlatos, ou seja, que acercam o tema principal, bem como sentidos, imagens, sinais e seus significados.

Assim, a interpretação de todo o universo dessas informações, com o conhecimento profundo do que se projeta, somado a experiência de vida no momento em que se vive, permitirá ao arquiteto a tomada de decisões que darão ao projeto o início de sua fundamentação e por conseqüência, por meio do seu saber técnico-científico, a solução a ser apresentada.

A composição, os materiais, a tecnologia construtiva entre tantas outras determinações, virão como resposta [de certa forma espontânea], ao espaço que precisa ser criado, organizado e erigido.

A Igreja, por meio da liturgia que se celebra, é repleta de sinais, de símbolos. Isso se reflete diretamente ao seu espaço igreja, seu espaço construído – O Espaço Celebrativo Litúrgico – uma vez que ele é Teofânico.  A arquitetura e a arte, então, tem por função [e, podemos até dizer, por obrigação] nos conduzir ao mistério que se celebra. A arquitetura e a arte são responsáveis pela criação de um bom ambiente que propicie a oração, o culto divino, a difusão da fé. Tudo pela realidade que ali acontece, lugar onde o Céu e a Terra se encontram, enquanto vivemos a parusia.

O Projeto da Capela Mãe da Divina Providência – Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência – dentro do que acima foi exposto, teve por objetivo seguir o proposto pela Santa Igreja, dentro de sua sapiência de mais de dois mil anos, por meio dos documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II.

O PROGRAMA da digna Arquitetura do Espaço Sagrado desta Capela vem ao encontro da proposição de um lugar em que a própria construção, por sua leitura, permita nos separar do mundo profano e adentrar ao sagrado, nos permita colocar-nos em espírito de oração e adoração, nos permita refletir sobre a nossa missão de evangelização e, principalmente, seja um digno lugar de comunhão com Cristo, em todo o projeto Dele e que Ele nos convida a participar.

O LUGAR, ou “locus”, foi cuidadosamente escolhido em conjunto com as Irmãs: uma bela encosta, em terreno às margens da Serra do Mar, com eixos bem determinados que oportuniza ser, a Capela, o elo de ligação entre a entrada do complexo Lar Mãe Maria, que o imóvel abriga,  e a torre da Capela Santo Antonio, vista ao longe, perfazendo uma sincronia visual e esplêndida perspectiva da paisagem, delineada por bosques e imponentes araucárias que simbolizam estas terras de São José dos Pinhais.

A CONSTRUÇÃO teve como concepção principal dois elementos básicos do desenho arquitetônico: a linha e o círculo.

Já nos diziam os professores em nossos primeiros anos de ensino, que a menor distância em que se ligam dois pontos é uma LINHA reta. E é, justamente, por essa linha reta que queremos alcançar nosso Pai, de forma correta e como propósito de vida, sem nos desviar do caminho.

Assim, a linha representa nosso trajeto de vida para alcançarmos ao Pai. Contudo, em virtude das dificuldades que impomos à ela, não conseguimos utilizar o caminho direto à Deus.

No projeto da Capela, esta linha está materializada em um alto muro. Curvo. Simboliza nossas dificuldades que nos desviam do rumo em que o Pai espera que sigamos. Por isso, este mesmo muro é, também, o que nos induz a separação do mundo profano ao mundo sagrado. Para se chegar até ele, é preciso percorrer as estradas sinuosas da vida, as dificuldades do dia a dia, a nossa cruz. E é o que propõe o projeto, neste caminho que antecede este alto muro [tratativa da paisagem que o projeto propõe no caminho até a capela]. Este caminho é, justamente, a “Via Crucis”, a via dolorosa de Cristo até a chegada ao lugar de sua Crucificação e seu verdadeiro sacrifício por nós, para nossa salvação.

O CÍRCULO é uma representação gráfica muito encontrada na natureza e muito usada pelo próprio homem há milhões de anos. O CÍRCULO simboliza a igualdade e a inclusão, pois não há “mais para frente ou mais para trás” e, com a falta de apenas um pedaço, o circulo já não se fecha. Também remetemos O CÍRCULO a um ciclo: O ciclo de nossas vidas, estendida a todas as gerações, pois do pó viemos e ao pó haveremos de voltar. Assim, para Cristo, somos todos iguais, pois o próprio Deus é princípio e fim de tudo.

No projeto, este círculo é encontrado na edificação da igreja em si. Com planta circular, o prédio nos permite celebrar a Eucaristia entorno à mesa do Pai. Cristo é o centro, pelas mesas do Sacrifício, da Palavra e a Sédia.

A pia batismal, na entrada do templo, nos permite receber o primeiro sacramento, tornando-nos filhos de Deus. Faz-nos memória, sempre que ali adentramos, de nossa missão de batizados que temos no compromisso da Evangelização de todos os dias.

Cristo estará sempre presente na Capela do Santíssimo, lugar de silêncio e oração.

E é para Ele que, neste chão, prestamos nossos louvores, nosso culto e lhe rendemos glória. E é para Ele que, com a força do povo, edificamos esta casa. A Casa da Igreja.

Créditos:

Projeto de Arquitetura e Luminotecnia:
 Creatos Arquitetura (www.arquiteturasacra.arq.br  www.creatos.com.br)
Arquitetos Teresa, Tobias e Karina


Fotos:
Diacuy Fialho Crema | Ir. Narcisa Maria Pasetto | Tobias Bonk Machado | Delair Stocco Lunelli 







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